Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
As universidades e o Instituto Federal do Sul de MG tiveram corte de pelo menos R$ 6,7 milhões com bloqueio de verba na educação, realizado pelo Ministério da Educação (MEC). O corte, conforme as instituições, pode afetar atividades acadêmicas e também administrativas.
Dentre as instituições da região, a Universidade Federal de Lavras (Ufla) foi a que divulgou maior corte de verba devido ao contingenciamento: R$ 3,3 milhões. O IF Sul de Minas revelou que o corte foi de R$ 1,8 milhão, enquanto a Universidade Federal de Alfenas (Unifal) destaca o valor de R$ 1,6 milhão.
O valor do corte no Sul de Minas pode ser maior do que os R$ 6,7 milhões somados de Ufla, Unifal e IF Sul de Minas. Isso porque, a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) divulgou nota falando sobre o corte, mas não informou o valor que não será repassado para a instituição.
Unifal, em Alfenas, MG — Foto: Reprodução EPTV
Conforme nota divulgada pela Ufla, o novo contingenciamento causa um corte de cerca de R$ 3,3 milhões para a instituição e “reflete mais uma vez no não pagamento de despesas já contratadas”. A universidade revelou que o segundo semestre letivo pode não retornar na data prevista e também anunciou áreas que podem sofrer alterações no campus.
“Isso é um grande problema para o gestor, uma vez que o Governo Federal não cumpre com os acordos de orçamento fica impossível cumprir com o planejamento da Universidade”, afirmou o reitor da Ufla, professor João Chrysostomo de Resende Júnior.
A universidade revelou as áreas que podem sofrer alterações ainda este mês devido ao contingenciamento. São elas:
Universidade Federal de Lavras, UFLA — Foto: Divulgação / UFLA
O segundo semestre de 2022 da Ufla está previsto para começar no dia 24 de outubro. Contudo, há a possibilidade do não retorno dos estudantes para essa data, diante do bloqueio apresentado.
“É provável que não consigamos começar o segundo semestre letivo em função do contingenciamento. Estamos indignados. Não é possível que a Universidade Pública Brasileira seja tratada dessa forma. Além da formação de novos profissionais para o mercado de trabalho, as universidades são responsáveis por produzir 95% de conhecimento nesse País, com foco na pesquisa e inovação. Isso é inadmissível”, ressalta o reitor.
Em julho, a universidade disse que já havia sofrido um corte da verba do governo federal pelo mesmo motivo. O valor, na época, foi de R$ 4,6 milhões.
O contingenciamento, segundo a Unifal, gerou bloqueio de 5,8% do orçamento da instituição, o que representa mais de R$ 1,6 milhão em recursos para pagamento de bolsas, para assistência estudantil, para empregos diretos, para compra de insumos e para manutenção diária da Universidade.
O reitor da Unifal, Sandro Amadeu Cerveira, destacou que a situação que já era extremamente preocupante, pode ocasionar uma “tragédia” para educação superior brasileira.
“Todo esforço que foi feito pela Instituição no sentido de racionalizar, organizar e minimizar os gastos para que a Universidade pudesse ter um mínimo de condições de funcionamento pleno, agora são jogados por água abaixo com esta notícia”, alertou o reitor.
Cerveira revelou, ainda, que esse novo bloqueio orçamentário foi recebido com surpresa.
Campus da Unifal em Alfenas — Foto: Divulgação Unifal
“Especialmente em virtude da divulgação de informações de que há recuperação da economia, portanto, seria desnecessário esta ação que prejudica e pode até inviabilizar a manutenção dos serviços oferecidos pela Universidade”, completa.
O impacto de cortes e bloqueios nos recursos da instituição feitos pelo governo chega a quase R$ 5 milhões em 2022, de acordo com a Unifal.
O IF Sul de Minas divulgou que o bloqueio orçamentário gerou um corte de mais de R$ 1,8 milhão à instituição. Conforme o Instituto Federal, somado ao corte realizado pelo governo federal no primeiro semestre, totaliza mais de R$ 5,7 milhões.
“Com o novo bloqueio, é inevitável o comprometimento, de forma determinante, das ações que tanto sustentam a formação de excelência de nosso estudante, como atividades de pesquisa, extensão, inovação, infraestrutura e manutenção de nossas unidades”, escreveu a instituição em nota.
“Como sempre, as ações e programas voltadas à permanência e êxito dos estudantes são colocadas como prioridades. Nosso compromisso institucional, em respeito à educação, nos guia para assegurar e manter as atividades de ensino, ainda que limitadas pelas questões acima apresentadas”, completou.
Instituto Federal do Sul de Minas, campus Machado (MG) — Foto: IF Sul de Minas
De acordo com a instituição, a situação impõe aos dirigentes do IF Sul de Minas a adoção de medidas extraordinárias.
“Recorreremos ao governo federal para que revise sua postura de bloqueio orçamentário do Ministério da Educação, salvaguardando a saúde orçamentária de uma instituição que tanto tem contribuído para a transformação de vidas e para a promoção do desenvolvimento sustentável do Sul de Minas Gerais e do Brasil”, escreveu.
Em nota, a Unifei informou que o bloqueio de verba já foi analisado pelos setores responsáveis pelo planejamento e orçamento da universidade. A instituição não informou o valor que não chegará aos cofres da unidade, mas destacou que, neste momento, nenhuma atividade correr o risco de ser suspensa ou afetada.
“Destacamos que os recursos destinados ao pagamento de bolsas e auxílios, em especial à assistência estudantil e às atividades fim, que são o ensino, a pesquisa e a extensão, serão preservados. Também não haverá efeitos sobre pagamento tanto de servidores quanto de terceirizados”, escreveu na nota.
Unifei, em Itajubá — Foto: Prefeitura de Itajubá
“A informação que recebemos diretamente do ministro da Educação indica que este bloqueio é temporário e que os recursos devem ser liberados em dezembro, não havendo, portanto, motivos para, precipitadamente, realizar cortes nas atividades programadas”, completou.
Em nota, o Ministério da Educação informou que se adequou ao bloqueio, em conformidade com o decreto do governo. A pasta disse ainda que, em dezembro, os valores serão desbloqueados.
“O MEC realizou os estornos necessários nos limites de modo a atender ao Decreto, que corresponde a 5,8% das despesas discricionárias de cada unidade. Segundo informações do Ministério da Economia, consoante ao que também determina o próprio decreto, informamos que os limites serão restabelecidos em dezembro”, disse o Ministério da Educação.
g1 Sul de Minas