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Os dados de vacinação não voltaram a ser exibidos nesta terça-feira (14) na plataforma ConecteSUS. A previsão do retorno foi dada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. “Acredito que até terça-feira, né? Pelo menos essa é a expectativa nossa”, disse Queiroga no domingo (12) durante evento em Brasília
O problema no ConecteSUS ocorreu depois que vários órgãos de governo foram alvos de hackers. O primeiro ataque ocorreu na sexta-feira (10). No caso do Ministério da Saúde, houve ao menos uma nova tentativa com impacto na rede interna entre domingo (12) e segunda-feira (13).
O ataque inicial ao Ministério da Saúde afetou principalmente o acesso aos comprovantes de vacinação. Entretanto, o sistema de notificação de casos da doença também ficou prejudicado, atrapalhando a divulgação dos balanços diários do impacto da Covid-19 no Brasil.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Moreira da Cruz, admitiu que a invasão deixou diversos sistemas da pasta instáveis, entre eles o de gerenciamento da fila de transplantes. Entretanto, a maioria foi restabelecida horas depois do crime, ao contrário dos comprovantes de vacinação.
Uma das primeiras dúvidas sobre as consequências da ação era se os 50Tb de dados tinham sido perdidos ou sequestrados: considerando informações divulgadas pela Polícia Federal (PF), foi possível inferir que não se tratou de um ataque ransomware, no qual cibercriminosos embaralham as informações e bloqueiam o acesso em busca do pagamento de um resgate.
Logo depois da invasão, o governo alegou que tinha backup dos dados e também não apontou qualquer negociação com os hackers para restaurar as informações. Mas foi somente no domingo, que anunciou que o processo para recuperação dos registros dos vacinados contra a Covid-19 foi finalizado sem perda de informações.
Por causa do ataque, o governo federal chegou a suspender a necessidade de comprovante de imunização para viajantes que chegarem ao Brasil por via aérea e, em caso de ausência do documento, a exigência de 5 dias de quarentena. As medidas, que entrariam em vigor no sábado (11), passariam a valer somente em 18 de dezembro.
No entanto, ainda no sábado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou a obrigatoriedade de comprovante de vacinação para viajantes que chegarem ao país, apesar da impossibilidade de emissão do passaporte de imunização.
A falha afeta a rotina de brasileiros por todo o país: o comprovante de vacinação é exigido em mais de 240 cidades brasileiras para acessar alguns espaços públicos e privados, segundo um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM). A alternativa foi recorrer a comprovante em papel ou a sistemas estaduais.
O “Lapsus$ Group” assumiu a autoria do ataque cibernético. O grupo que reivindica o ataque é relativamente novo: em fóruns na internet, já tinha anunciado a invasão os sistemas da gigante dos jogos eletrônicos Eletronic Arts (EA), responsável por sucessos como as franquias Fifa, The Sims e Battlefield.
A Polícia Federal informou que o ataque aos sistemas foi realizado no ambiente de nuvem pública Amazon Web Services (AWS), um espaço virtual usado pelo site da pasta.
A PF instaurou inquérito para apurar “crimes de invasão de dispositivo informático, interrupção ou perturbação de serviço informático, telemático ou de informação de utilidade pública e associação criminosa”.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República apura se o grupo hacker teve acesso à nuvem dos provedores por meio do login e senha de um funcionário do governo, de acordo com reportagem do jornal “O Globo”.
Não houve divulgação de mais detalhes ou informação de identificação dos suspeitos.