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A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (28) uma operação para buscar documentos apresentados pela empresa Precisa Medicamentos para o Ministério da Saúde no processo da compra da vacina Covaxin.
A Precisa foi alvo da CPI da Covid, após por ter intermediado a aquisição de 20 milhões de doses da Covaxin com o Ministério da Saúde, em contrato de R$ 1,6 bilhão com suspeita de pedido de propina, entre outras denúncias de irregularidades.
A operação desta quinta tem 11 mandados de busca e apreensão para serem cumpridos nas cidades de Brasília, São Paulo e Campinas.
Sede da Precisa Medicamentos, em São Paulo — Foto: Reprodução/GloboNews
Participam 50 agentes da Polícia Federal e 8 servidores da Controladoria-Geral da União.
A operação foi autorizada pela 12ª Vara Criminal do Distrito Federal.
Entre as pessoas alvos dos mandados estão:
Entre as empresas alvos estão:
Em nota, a CGU explicou que as investigações sobre a Covaxin começaram a partir de denúncias de irregularidades publicadas na imprensa.
A CGU informou ainda que, nas apurações, foi descoberto que a Precisa apresentou documentos falsos ao Ministério da Saúde e à própria CGU.
Também foi constatada irregularidade em um cara fiança apresentada pela Precisa. A empresa que emitiu o documento não tem autorização do Banco Central para esse tipo de atividade.
A CGU viu ainda indícios de fraudes em assinaturas e documentos da Precisa.
Nos cálculos da CGU, as cartas de fiança irregulares apresentar para a Saúde e outros órgãos públicos podem chegar a mais de R$ 500 milhões.
A Precisa se tornou conhecida no país após as denúncias de irregularidades do contrato da Covaxin que chegaram à CPI da Covid.
O papel da empresa na negociação era fazer a intermediação entre o Ministério da Saúde (comprador) e o laboratório indiano Bharat Biotech (produtor da vacina).
O contrato previa a entrega de 20 milhões de doses, a um preço de R$ 1,6 bilhão. Seria o valor mais caro que o governo brasileiro pagaria numa vacina contra a Covid.
O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) relata que ele e o irmão, Luis Ricardo, servidor do Ministério da Saúde, foram ao Palácio da Alvorada, em março deste ano, relatar ao presidente Jair Bolsonaro irregularidades no contrato.
Segundo contou Miranda à CPI, ao ouvir o relato sobre a Covaxin e a Precisa, Bolsonaro disse que “isso era coisa” de Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara.
À CPI, Barros disse que não tem ligação com a Precisa e não se envolveu com a compra da Covaxin. A Precisa negou irregularidades.
Após as denúncias, o contrato de compra da Covaxin foi cancelado.
Um inquérito, aberto com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), investiga Bolsonaro pelo crime de prevaricação (se ele deixou de informar possíveis irregularidades aos órgãos competentes).
Fonte: G1